quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

O mito da falta de alimentos e a soja transgênica

Hoje a soja é um dos commodities mais produzidos no mundo, aumentando a escala produtiva a cada ano . No Brasil foi uma das culturas que mais se expandiu nos últimos tempos. Aliado ao aumento de exportação de commodities e conseqüentemente o aumento tecnológico utilizado no campo, hoje é uma das culturas que mais concentra terra no país.

Por outro lado esse grão representa um avanço nos estudos da engenharia genética. Por muito tempo as ervas-daninhas eram o grande problema para os agricultores, exigindo um alto custo na compra de insumos , essas plantas invasoras presentes na plantação podiam comprometer a qualidade do grão e seu desenvolvimento.

As progressões dos estudos de transformação gênica possibilitaram a inclusão de genes de interesse, resistentes a antibióticos e herbicidas, em sementes. A soja GMᴿᴿ é um exemplo disso, nesse grão modificado foi inserido um gene resistente ao herbicida glifosato.

O uso do glifosato em plantações com GMᴿᴿ mata as ervas-daninhas sem prejudicar o grão da soja. Esse recurso proporcionou o controle das plantas invasoras além de possuir uma suposta acessibilidade econômica.

Tanto a soja modificada GMᴿᴿ como o glifosato (roundup) são produzidos por uma única empresa, a Monsanto, maior produtora de herbicida do mundo. Os argumentos para o uso dos transgênicos da Monsanto foi a proposta de combate a fome e a diminuição do uso de herbicidas. Porém sabe-se que o problema da fome é a má distribuição dos alimentos e não a falta de produção, na verdade ao adquirir o plano tecnológico aumenta o custo do produtor, fazendo com que muitos pequenos agricultores sejam expulsos do campo, esses produtores representam quase 70% da produção dos alimentos consumidos, isso prova que essa empresa tem maior possibilidade em acentuar a fome do que extingui-la.Outra ilusão é o baixo uso do glifosato, já que no Brasil entre 2000 e 2005 aumentou 80%. É inegável a importância da evolução das pesquisas genéticas, mas existem poucos e insuficientes estudos sobre a interferência de uma semente geneticamente modificada e sobre as conseqüências do uso do Roundup no meio ambiente. As pesquisas existentes são feitas pelo Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações Agro-Biotecnológicas (ISAAA) que é patrocinado pelas indústrias de Biotecnologia, essa condição pode ferir a lisura dos resultados.

Por outro lado existem algumas pesquisas feitas por cientistas que comprovam que o alto uso de glifosato nas plantações contamina lençóis freáticos, o solo e especificamente as mulheres gestantes, provocando má formação nos fetos. Como o uso é continuo nas ervas-daninhas, algumas já apresentam resistência ao herbicida. Além disso, foi detectado a partir de uma pesquisa encomendada a Universidade Federal do Paraná que sojas transgênicas absorvem o veneno, tornando prejudicial o consumo do grão para seres humanos, constatando que grande parte da soja produzida no Brasil é utilizada para ração do boi europeu.
Portanto os transgênicos além de ter conseqüências duvidosas para o meio ambiente e para o homem, principalmente pelo uso do glifosato, também auxiliam no término da agricultura familiar no campo brasileiro.

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