quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

31 anos do PT e o presente é para os banqueiros

Os oito anos de Lula foram marcados pelo seu recuo na luta dos trabalhadores, onde por sinal sempre esteve à frente. Se antes era um grande quadro de enfrentamento contra os patrões hoje virou um de amansamento dos trabalhadores. Fez a ponte perfeita entre os interesses dos banqueiros, latifundiários e empresários sem provocar uma grande reação do povo.
Lula teve habilidades incríveis em dar melhorias aos trabalhadores, pequenas, para não irritar os poderosos do país. Contornou um dos maiores escândalos de corrupção, o mensalão, e teve o bom humor (ou cinismo?) de chamar a crise financeira de ‘marolinha’. Já que no Brasil o impacto não foi grande como em outros países mais desenvolvidos, grande parte disso causado pela assistência do governo as empresas e bancos e o arrocho pagado pelo povo.

Agora é Dilma!

Primeiro de janeiro de 2011 assume a presidência do Brasil uma mulher, Dilma Roussef. Formada em economia e com uma trajetória técnica satisfatória no Governo de Luis Inácio. As expectativas que Dilma mantenha o alto índice de aprovação do governo passado são grandes.

Porém o que se vê é o anuncio de um corte de 50 bilhões no orçamento, um ajuste fiscal que esta sendo comemorado pelos grandes economistas liberais que defendem o estado mínimo. A pergunta é quem vai sentir a tesoura do governo? Claramente será o povo, obviamente esse corte atingira no fígado dos recursos sociais.
Como herança do governo Lula, Dilma ganhou de presente a mp520, que tem como proposta criar uma empresa ‘estatal’ brasileira de serviços hospitalares juridicamente privada, um retrocesso na proposta que o SUS representa, de uma saúde 100% publica para o Brasil e o congelamento do salário do funcionalismo público. Na onda das privatizações, vem por ai uma medida provisória que vai abrir o capital da Infraero e privatizar a gestão dos aeroportos.

Não bastando os cortes de políticas sociais, a proposta de aumento do salário mínimo para R$ 580 acordada com o setor sindical governista (CUT, CTB, NCST, CGTB, UGT e Força Sindical) nos tempos de Lula não será cumprida. Dilma garante que ira aumentar somente para R$ 545, sendo que nos cálculos do Dieese indicaram em dezembro de 2010, que o salário minimamente digno para manter uma família seria de R$ 2.227,53. Em contrapartida enquanto o trabalhador pode acrescentar um pão por dia na mesa os deputados garantiram um salário de 26mil.

O desnível das politicas do governo em garantir a soberania do capital em detrimento dos direitos dos trabalhadores é claro. Para aqueles que achavam que Dilma representaria um avanço para políticas sociais precisam decidir o discurso ou o barco, os dois já não da mais.

por Laila Garcia Marques, militante do MCC

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